CORONEL QUERIA CURAR SEU FILHO POR SER GAY

CORONEL QUERIA CURAR SEU FILHO POR SER GAY

Durante os anos de pesquisa que culminaram na criação da Terapia ANIMAPURA, percorri diversos cantos do Brasil, colhendo os traços singulares de cada região. Em 2008, fixei-me por 18 meses em São Lourenço, Minas Gerais, onde abri um consultório e atendi diversas pessoas em busca de alívio para suas dores físicas, emocionais e espirituais. Foi nesse período que vivi uma das experiências mais comoventes de toda a minha trajetória profissional.

O coronel e sua revolta por seu filho ser gay

Certa manhã um homem entrou em meu consultório. Aproximadamente 50 anos, postura ereta, voz firme, vestia-se com sobriedade. Apresentou-se como coronel do Exército, católico praticante, e sua primeira pergunta foi direta:

? "Doutor, o senhor cura qualquer coisa?"

Antes de qualquer avaliação, devolvi com a pergunta de praxe:

? "Qual é o problema que o senhor deseja tratar?"

Ele abaixou os olhos, segurando o choro. Quando conseguiu falar, as palavras vieram carregadas de dor:

? "Meu filho é homossexual... Eu já tentei de tudo. Já bati nele, tranquei-o no quarto, afastei-me da minha família, dos meus amigos, da igreja. Eu o amo, mas não consigo aceitá-lo como essa... coisa. Quero entender onde errei. Que crime cometi para receber de Deus esse castigo? Foi por ter traído minha esposa tantas vezes?"

Diante de sua angústia, compreendi que ele era um homem atormentado, prisioneiro de valores rígidos e de uma profunda ignorância espiritual. Mais do que um pai intolerante, tratava-se de alguém perdido dentro de si, lutando contra o amor que sentia e o preconceito que o esmagava.

A entrevista e o início da terapia

Iniciei a entrevista de avaliação e identifiquei nele diversos sintomas de desequilíbrio emocional: insônia, irritabilidade, ansiedade, depressão, baixa concentração, um profundo sentimento de culpa e pensamentos obsessivos. Estava claro: aquele homem sofria de transtornos mentais provocados por uma carga vibratória intensa, tanto interna quanto externa.

Iniciei a sessão de Terapia ANIMAPURA, removendo os vetores espirituais e emocionais causadores dos sintomas. Sua transformação foi quase imediata. Abriu os olhos e disse:

? "Me sinto mais leve? é como se minha cabeça estivesse mais clara. Consigo respirar."

Em seguida, perguntou:

? "Mas por que estou sofrendo tanto com isso? Por que isso aconteceu comigo?"

Propus investigar sua história espiritual. Ele hesitou:

? "Não acredito em vida após a morte. A vida é uma só, foi o que sempre ouvi do meu padre."

Mesmo assim, aceitou experimentar a regressão terapêutica.

A revelação: O filho do passado

Na regressão, viu-se em um tempo distante, como militar do Império, fardado, altivo, frequentador da corte. Casado, mas infiel, sustentava uma jovem cortesã por quem nutria paixão. Montou para ela uma casa, cobriu-a de presentes e a visitava regularmente. Contudo, em sua ausência, a jovem também recebia outros homens, fato que ele descobriu com furor. Traído em seu orgulho, espancou-a e abandonou-a, retirando toda forma de sustento.

Pedi que olhasse atentamente para o rosto dela. Um longo silêncio tomou o ambiente. Então, abalado, exclamou:

? "Mãe do Céu? ela é o meu filho!"

Caiu em prantos. Seu corpo tremia. Chorava convulsivamente, como se tivesse sido libertado de uma prisão invisível. Permaneceu assim por vários minutos, paralisado, até que se ergueu da poltrona e, com um olhar sereno e profundamente tocado, disse:

? "Vou procurar meu filho. Preciso pedir perdão. Agora sei... fui eu o verdadeiro culpado."

O perdão e a reconciliação com o espírito

Aquele encontro foi um divisor de águas na vida daquele homem. A compreensão espiritual lhe devolveu o discernimento e a compaixão. Descobriu que o que ele julgava ser um castigo divino era, na verdade, a chance de reparar erros do passado. O filho que ele rejeitava havia sido, outrora, a amante a quem ele amou e abandonou. A reencarnação reuniu-os novamente, desta vez com papéis diferentes, oferecendo-lhe a oportunidade de amar verdadeiramente e de evoluir.

A Terapia ANIMAPURA revelou-se, mais uma vez, uma ferramenta de cura integral ? não apenas dos sintomas visíveis, mas da alma ferida. Através do acesso ao inconsciente emocional e à história espiritual do indivíduo, tornou possível a reconciliação, o perdão e a restauração da paz interior.