(21) 9821-54797
Orçamento por Whatsapp
Artigos

O UNIVERSO

"Na casa de meu Pai há muitas moradas."
- Jesus Cristo, em O Evangelho de João

A Casa do Pai é o Universo, e as moradas são os planetas que circulam no espaço infinito, e oferecem aos Espíritos encarnados moradas correspondentes ao adiantamento deles. A célebre frase de Jesus, "Na casa de meu Pai há muitas moradas" (João 14:2), ecoa através dos séculos, convidando à reflexão sobre a vastidão do universo e a diversidade da vida. Essa afirmação do Cristo adquire um significado profundo e literal, sendo um dos pilares da doutrina da pluralidade dos mundos habitados. Longe de ser apenas uma metáfora poética, essa verdade revela a magnificência da criação divina e a infinita misericórdia de Deus.

O Universo: A casa do Pai e Suas inúmeras moradas

A "Casa do Pai" é o Universo em sua totalidade, e as "muitas moradas" são os inúmeros orbes celestes que o compõem, cada um abrigando diferentes formas de vida e estágios de evolução espiritual. Essa concepção amplia nossa visão do cosmos, tirando a Terra do centro exclusivo da criação habitada e inserindo-a como mais um dos incontáveis lares onde a vida se manifesta.

A ciência moderna, com seus avanços tecnológicos, vem corroborando essa visão. O que antes era apenas intuição filosófica ou revelação espiritual, hoje é comprovado por dados astronômicos impressionantes.

Nosso sistema estelar: Um oásis de vida em potencial

Comecemos pelo nosso lar mais próximo, o Sistema Solar. Nele, encontramos:

  • O Sol: Nossa estrela central, fonte de luz e calor, essencial para a vida como a conhecemos.
  • Oito planetas reconhecidos: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Além desses, há cinco planetas anões (como Plutão) e centenas de milhares de asteroides e cometas.
  • Mais de 200 satélites naturais (luas): Com destaque para a nossa Lua, as quatro maiores luas de Júpiter (Io, Europa, Ganimedes e Calisto) e a maior lua de Saturno, Titã. Alguns desses satélites, como Europa e Encélado (lua de Saturno), são objetos de grande interesse científico, pois se acredita que possuam oceanos de água líquida sob suas superfícies geladas, aumentando a probabilidade de abrigarem alguma forma de vida como as da Terra.

Cada um desses corpos celestes, mesmo aqueles que hoje consideramos inóspitos à vida física como a nossa, pode ser uma "morada" em potencial. Alguns podem abrigar vida em estágios mais primitivos, outros podem ser mundos de transição ou de prova e expiação, e ainda outros podem ser mundos regenerados ou felizes, onde espíritos mais evoluídos habitam.

A Via Láctea: Nossa galáxia, uma metrópole estelar

Nosso Sistema Solar é apenas um grão de areia na imensidão da Via Láctea, nossa galáxia. Imagine uma espiral gigante, um verdadeiro arquipélago de estrelas.

A Via Láctea tem um diâmetro estimado entre 100.000 e 200.000 anos-luz.

Abriga algo entre 100 bilhões e 400 bilhões de estrelas. Para cada uma dessas estrelas, estima-se que existam, em média, um a três planetas, muitos dos quais são exoplanetas, ou seja, planetas que orbitam outras estrelas além do nosso Sol. O número de exoplanetas confirmados já ultrapassa os 5.600, com dezenas de milhares de candidatos aguardando confirmação.

Isso significa que, apenas em nossa galáxia, poderíamos ter centenas de bilhões a trilhões de planetas!

Dentro dessa vastidão, a probabilidade de a vida se manifestar em outros orbes torna-se uma quase certeza para a visão espiritualista. Kardec, em "O Evangelho Segundo o Espiritismo" (Capítulo III, "Há muitas moradas na casa de meu Pai"), e "A Gênese" (Capítulo XI, "Uranografia Geral"), explora essa ideia, descrevendo a diversidade dos mundos habitados, desde os mais primitivos, onde os espíritos iniciam sua jornada evolutiva em corpos mais densos e rudimentares, até os mundos superiores, onde a matéria é mais sutil e os espíritos alcançam um grau elevado de perfeição moral e intelectual.

O Universo observável: Bilhões de galáxias, infinitas possibilidades

E a Via Láctea? Ela é apenas uma entre as bilhões de galáxias que compõem o Universo observável.

Estimativas atuais indicam que existem entre 100 bilhões e 2 trilhões de galáxias no Universo observável.

Multiplicando o número médio de estrelas por galáxia (100 bilhões a 400 bilhões) pelo número de galáxias, chegamos a números verdadeiramente astronômicos: trilhões de trilhões de estrelas, e consequentemente, quadrilhões de quadrilhões de planetas!

Diante dessa magnitude, a ideia de que a Terra seria o único planeta a abrigar vida inteligente torna-se insustentável para a razão e para a fé espiritualista. A "Casa do Pai" é infinitamente maior e mais diversificada do que podemos conceber plenamente. Cada morada, cada planeta, é uma escola, um campo de experiência para a evolução dos espíritos, que progridem de mundo em mundo, adquirindo conhecimentos, burilando suas imperfeições e elevando-se na escala espiritual.

Implicações espirituais da pluralidade dos mundos

A doutrina da pluralidade dos mundos habitados, nos traz algumas implicações profundas:

  • A Misericórdia e a sabedoria divinas: Revela um Deus que não cria em vão e que oferece inúmeras oportunidades de progresso para Seus filhos, em diferentes ambientes e condições.
  • O fim do geocentrismo espiritual: A Terra não é o centro exclusivo da atenção divina, e nossa humanidade não é a única. Isso nos convida à humildade e à fraternidade universal.
  • A continuidade da evolução: A morte do corpo físico não é o fim, mas a passagem para outra dimensão da vida, e, muitas vezes, para outros mundos, conforme o grau evolutivo do espírito e suas necessidades de aprendizado.
  • A responsabilidade humana: Se há outras moradas, isso nos impulsiona a cuidar do nosso próprio lar, a Terra, e a buscar nosso aprimoramento moral e intelectual, preparando-nos para os destinos futuros.

A frase de Jesus, ampliada pela compreensão espiritualista, nos convida a erguer os olhos para o céu com uma nova perspectiva, reconhecendo a vastidão do amor divino e a interconexão de toda a criação. Somos parte de um cosmos vibrante, repleto de vida, e nossa jornada evolutiva é uma parte infinitesimal, mas significativa, dessa grandiosa sinfonia universal.

Fale Conosco